quinta-feira, 31 de julho de 2008

Asma

Colocações: O texto aqui escrito é apenas um resumo do assunto e para maiores detalhes é necessário pesquisar em outras fontes. Lembrem-se: pesquise em fontes seguras.Aqui ao final do assunto está a bibliografia utilizada (fonte segura).

1. DEFINIÇÃO
A asma é considerada uma doença inflamatória crônica e caracteriza-se por uma hiper-responsividade (resposta exagerada a estímulos broncoconstritores que não causariam broncoespasmo em indivíduos normais) das vias aéreas inferiores manifestando-se então pela obstrução ao fluxo aéreo causando dificuldade respiratória. Esta obstrução à passagem de ar pode ser revertida espontaneamente ou com uso de medicações.
A gravidade da doença é determinada pelo grau de inflamação, pelo broncoespasmo, e pela intensidade dos fenômenos de remodelação que ocorrem nas vias aéreas. A asma se não tratada pode levar a complicações como tornar-se uma doença crônica com limitação do fluxo aéreo, limitar a pessoa fisicamente e socialmente e até levar a morte em casos mais graves de ataques.

2. FISIOPATOLOGIA
A asma é uma reação imunológica e é mediada pelo anticorpo IgE, ou seja, quando um asmático inala um alérgeno em que ele é sensível, o antígeno se liga com moléculas de IgE especificas fixas à superfície dos mastócitos da mucosa e submucosa brônquicas. Esses mastócitos em aproximadamente meia-hora degranulam-se, liberando mediadores múltiplos como os leucotrienos, histamina, prostaglandinas, fator de ativação das plaquetas entre outros. Tais mediadores levam à contração do músculo liso, à congestão vascular, e ao escape produzindo obstrução do fluxo aéreo.
Nos asmáticos a IgE estará aumentada, a maior parte dos mastócitos do tecido pulmonar estarão concentrados nas vias aéreas e pequenas quantidades de antígeno são suficientes para causar a reação. Fatores como esses são aspectos importantes no mecanismo da asma.

3. INCIDÊNCIA
A incidência da asma vem aumentando e a condição atual, por exemplo, a poluição tem contribuído para esse crescimento, afetando aproximadamente de 5 a 10% da população dos países industrializados.
É considerado que 35% dos asmáticos sejam menores de 18 anos e meninos, iniciando os sintomas antes dos cinco anos de idade. Já 25% dos asmáticos consideram-se que sejam pessoas acima dos 40 anos de idade e mulheres.
Dessa forma a taxa de mortalidade da asma vem crescendo. Em 1980 a 1987, essas taxas aumentaram 31%.

4. PATOLOGIA
Na asma ocorre a broncoconstrição pela super-reação ao estímulo normal dos músculos macios da parede bronquial, levando a hipertrofia desses músculos e consequentemente uma resposta inflamatória na mucosa e submucosa. A hipertrofia das glândulas mucosas levam à um quadro de hipersecreção dificultando ainda mais a passagem do ar durante longos períodos de tempo somando com a ansiedade sempre presente, acaba que agravando a crise asmática.
O espasmo, edema e a hipersecreção são responsáveis pela obstrução brônquica na crise asmática prejudicando a inspiração e expiração, sendo a inspiração rápida e superficial, e a expiração longa e ineficaz causando a hiperinsuflação pulmonar. Com isso ocorre uma alteração da mecânica ventilatória entrando em ação os músculos acessórios da respiração (trapézio, escalenos, peitorais, esternocleidomastóideos) levando a um consumo maior de energia.
Portanto, durante a crise o asmático na maioria das vezes adota posturas para facilitar ação dos músculos acessórios ajudando em sua respiração, porém tencionando essas musculaturas, entrando então em exaustão.

5. ETIOLOGIA
Algumas pessoas podem ser geneticamente sensíveis ao desenvolvimento da asma e cada fator desencadeante pode variar entre indivíduos com a doença, por isso é importante que cada pessoa reconheça esses fatores para poder encontrar melhores meios de evitar ou limitar sua exposição a eles.
As causas mais comuns para a asma são:
- Alérgenos (pêlos de animais, ácaros de pó doméstico, pólens e fungos)
- Poluentes do ar (fumaça de cigarro, tintas exaladas, odores fortes, poluição do ar)
- Infecções respiratórias (virais, sinusites)
- Exercícios físicos
- Clima (ar frio, alta umidade, ar seco)
- Agentes farmacológicos (metacolina e histamina)
- Estresse emocional
- Refluxo gastresofágico

6. SINAIS E SINTOMAS
Na asma a crise pode começar com sintomas graves ou com sintomas lentos (angústia respiratória aumentando gradualmente). Geralmente os sintomas da asma são o agravamento da falta de ar, sibilos episódicos, respiração curta, produção de secreção, tosse, chiado e pressão no peito, ou até uma combinação desses sintomas.
Em crises curtas e graves de asma a tosse costuma ser intensa e seca, já em crises agudas a tosse pode ser acompanhada por taquicardia, taquipnéia, sudorese, ansiedade, angústia e chiado intenso.

7. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da asma pode parecer algo um pouco difícil já que o exame físico poderá ser considerado normal se feito entre episódios em que o paciente não estiver em períodos de crises, porém colher a história do paciente é de fundamental importância, assim como também em conjunto de uma avaliação laboratorial, para obtenção de um correto diagnóstico clinico.

8. TRATAMENTO CLÍNICO
O tratamento suporte da asma é a drogaterapia e pode ser tratada de forma preventiva ou durantes as crises.
Os corticoesteróides são medicamentos preventivos para combater as inflamações dos brônquios e evitar que as crises que possam surgir. Quando há uma resposta insuficiente dos broncodilatadores o uso precoce dos corticoesteróides é indicado
Os broncodilatadores são usados durante as crises para diminuir o broncoespasmo e para que seja efetiva é essencial que se use de modo correto. Nos casos mais graves do ataque ás vezes é necessário distribuir broncodilatadores e esteróides via a um nebulizador.
Esses dois medicamentos são os mais usados em pacientes asmáticos, porém o cromoglicato, nedocromil, inibidores de leucotrienos, agonistas beta2-adrenérgicos, metilxantinas, anticolinérgicos também são usados para o tratamento da asma.

9. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
Objetivos:
- Orientar nas AVD’s
- Prevenir/Eliminar secreções
- Melhorar função pulmonar
- Melhorar condicionamento físico

Condutas:
- Evitar ambientes com poluentes, com pêlos de animais, ambientes secos ou úmidos demais.
- Manobras de Higiene Brônquica: Inalação, Vibrocompressão, Tapotagem, Acapella, Shaker, Flutter, Estímulo de tosse.
- Manobras de Reexpansão Pulmonar: Respiron, Voldyne, Threshold, Compressão e Descompresão Brusca, AFE.
- Condicionamento físico: Exercícios calistênicos, Respiração fracionada, Esteira, Bicicleta todos monitorados e de baixa intensidade.

10. PROGNÓSTICO
O prognóstico da asma é favorável principalmente se diagnosticada rapidamente e estará associada a tempo de duração dos sintomas (menores que 1 ano), testes de função pulmonar normal e baixo grau de hiper-reatividade brônquica, sendo a prevenção também um fator importante para um bom prognóstico.
Fatores para um mal prognóstico poderá ser a alergia atópica (detectada pelos testes cutâneos, pelos níveis elevados de IgE sérica e pela eosinofilia sangüínea), o tabagismo (tanto o ativo como o passivo), condições climáticas (principalmente as
associadas aos fatores que aumentam a poluição atmosférica) e a idade de início (pior quando o seu início é precoce).

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ELLIS, Elizabeth, ALISON, Jennifer. Fisioterapia cardiorrespiratória prática.
Rio de Janeiro: Revinter. 1997.
PRYOR, J. A.; WEBBER, B. A. Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos. 2.ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. Cap.13, p.257-259. 2002. Cap.13, p.257-259
TARANTINO, A. B. Doenças pulmonares. 4ª ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 1997

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